aula dada em 14/10/2013

14/10/2013 17:29

Língua Oral e a Língua Escrita

Cada uma com suas propriedades, a Língua Oral e a Língua Escrita se completam. Os falantes não escrevem exatamente como falam, pois a fala apresenta como características uma maior liberdade no discurso, pois não necessita ser planejada; pode ser redundante; enfática; usando timbre, entonação e pausas de acordo com a retórica – estas características são representadas na língua escrita por meio de pontuações.

Necessita-se de contato direto com o falante para que haja linguagem oral, sendo a mesma espontânea e estando em constante renovação. Assim, como o falante não planeja, em seu discurso pode haver uma transgressão à norma culta.

A escrita, por vez, mantém contato indireto entre escritor e leitor. Sendo mais objetiva, necessita de grande atenção e obediência às normas gramaticais, assim caracteriza-se por frases completas, bem elaboradas e revisadas, explícitas, vocabulário distinto e variado, clareza no diálogo e uso de sinônimos. Devido a estes traços esta é uma linguagem conservadora aos padrões estabelecidos pelas regras gramaticais.

 

Linguagem oral e escrita

Ambas as linguagens apresentam características distintas que variam de acordo com o indivíduo que a utiliza, portanto considerando que as mesmas sofrem influência da cultura e do meio social, não se pode determinar que uma seja melhor que a outra, pois seria desconsiderar essas influências. No momento que cada indivíduo, com sua particularidade, consegue se comunicar a linguagem teve sua função exercida.

 

Diferenças entre a língua falada e escrita

Língua Falada

Língua Escrita

Palavra sonora

Palavra gráfica

Recursos: signos acústicos, gestos, entorno físico e psíquico

Pobreza de recursos não linguísticos; uso de letras, sinais de pontuação

Requer a presença de interlocutores. Ganha em vivacidade

Comunicação unilateral. Ganha em permanência

É espontânea e imediata. Uso de palavras-curinga, de frases feitas

É mais precisa e elaborada. Ausência de cacoetes linguísticos e vulgarismos

A expressividade permite prescindir de certas regras

Mais correção na elaboração das frases. Evita a improvisação

É repetitiva e redundante

É mais sintética. A redundância é um recurso estilístico

A informação é permeada de subjetividade e influenciada pela presença do interlocutor

É mais objetiva. É possível esquecer o interlocutor

O contexto extralinguístico é importante

O contexto extralinguístico tem menos influência

 

Vozes  do  discurso.

 Quando  lemos  um  texto, há  um narrador,  que  é  quem  conta  o  fato. Esse locutor ou narrador  pode  introduzir  outras  vozes  no  texto para auxiliar a narrativa.

 Para  fazer  a introdução dessas outras  vozes no  texto, a voz  principal ou  privilegiada, o  narrador, usa o que  chamamos de  discurso. O  que  vem  a  ser  discurso dentro  do  texto? Discurso  é  a forma  como as  falas são inseridas na narrativa.

 O  discurso pode  ser  classificado  em: direto, indireto e indireto livre.

 

Discurso  direto: reproduz  fiel e literalmente algo  dito  por  alguém. Um  bom  exemplo  de discurso direto são as citações ou transcrições exatas  da  declaração de  alguém.

 Primeira pessoa (eu, nós) – é  o  narrador  quem  fala,  usando aspas ou  travessões para  demarcar  que  está  reproduzindo  a fala de outra  pessoa.

 Exemplo:

“Não  gosto disso” – disse a menina  em  tom zangado.

 

Discurso indireto: o narrador,  usando  suas  próprias  palavras, conta  o  que  foi  dito  por  outra  pessoa. Temos  então  uma  mistura  de vozes,  pois  as  falas dos  personagens passam  pela  elaboração  da fala do  narrador.

 Terceira pessoa – ele(s), ela(s) – O  narrador só  usa  sua  própria voz, o  que foi  dito pela  personagem  passa pela elaboração do  narrador. Não  há  uma  pontuação específica que  marque  o  discurso  indireto.

 Exemplo:

A menina  disse em  tom  zangado, que  não  gostava daquilo.

 

Discurso  indireto  livre:  É  um  discurso misto onde . Há  uma  maior  liberdade,  o  narrador  insere  a fala  do  personagem  de  forma  sutil,  sem  fazer uso  das  marcas  do  discurso  direto. È  necessário que  se  tenha  atenção  para não  confundir a fala  do  narrador  com  a fala  do  personagem,  pois  esta surge  de repente em  meio  a fala do  narrador.

 Exemplo:

A menina  perambulava pela  sala irritada e zangada. Eu  não gosto  disso! E parecia  que  ninguém  a  ouvia.

 

  O  tempo  verbal  também  é  fator  determinante dos  discursos. O discurso indireto  estará  sempre no  passado  em  relação ao  discurso  direto.

 

Discurso  direto -  tempos  verbais

 Presente  do  indicativo:  “Não  gosto disso” – diz a menina  em  tom zangado. 

Pretérito  perfeito  do  indicativo: “Não  gostei disso” – disse a menina  em  tom zangado.

Futuro  do  indicativo: “Não  gostarei disso” – disse a menina  em  tom zangado.

Imperativo: – Vista o  agasalho,  meu  filho.

 

Discurso Indireto – tempos verbais

 Pretérito  imperfeito do indicativo: A menina afirmou  que  estava zangada.

Pretérito-mais-que-perfeito  do  indicativo: A menina  afirmou que  estivera  zangada (composto –  A menina  afirmou que tinha estado  zangada)

Futuro do  pretérito : A menina disse que  estaria zangada.

Pretérito  imperfeito  do  subjuntivo: A mãe  recomendou-lhe que vestisse  o agasalho